O ser humano, nas mais variadas situações, geralmente perante medo, angústia ou desconhecimento, tende a criar idéias, coisas para se sentir seguro, algo para se amparar. É bom se sentir seguro; mas será que é seguro?
Antigamente, quando não haviam explicações para os terremotos, acreditava-se que aquilo poderia ser a fúria de um deus que não foi "obedecido" e ao invés de se prepararem para os próximos terremotos, rezavam, sacrificavam... não seria mais seguro desenvolver-se para que o próximo terremoto não causasse os mesmos danos? Mas o medo nos cega, o medo nos prende à ignorância.
Hoje em dia, apesar de termos muitas respostas, provando errado o pensamento passado de deus, continuamos acreditando que há uma "entidade superior" que controla tudo, porém, qual será o medo que nos prende dessa vez? Será ele o medo da tão incompreensível morte...?
A morte em si não é nem um pouco incompreensível, mesmo que seja um pouco assustadora. Aliás, a morte é bem simples; do mesmo jeito que nascemos, morremos; nascer é, na verdade, mais complexo do que a morte, afinal é sempre máis díficil construir do que desconstruir. O fato é que as pessoas tem medo de morrer, pois a morte representa "o fim", quando poderia ser vista como um novo começo.
Toda a vida se baseia na recomposição da matéria, se não morrermos, outro ser não terá matéria suficiente para se compor e o ciclo acaba.
Porque então tanto medo da morte? Porque temer o inevitável? Há necessidade da crença numa divindade para que se possa ter uma "vida após a morte"? A morte é o fim da vida e, portanto, "vida após a morte" é algo que simplismente não faz sentido; porque é que temos essa necessidade de nos apoiar em idéias, crenças, quando poderiamos resolver nossos próprios problemas ou desmistificar nossos próprios mistérios? Será que somos essencialmente covardes?
Até quando teremos medo de nossas próprias sombras?
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