É por tal comportamento que perdemos a capacidade de diferenciar aparência de essência, o parecer e o ser foram misturados de forma que não se distingue mais o recheio da cobertura. Somos ensinados a sermos falsos ao mesmo tempo que nos dizem quão ruim é a falsidade - aprendemos que devemos agradecer por algum favor, porém não aprendemos a nos sentir gratos.
Distorcemos conceitos para que se adaptem à nossa superficialidade. Ser honesto deixa de ser agir com honestidade, sinceridade, transparência e passa a ser não roubar. Ser fiel deixou de significar se sentir atraído por apenas uma pessoa e passou a ser dormir apenas com uma pessoa. O que importa é que você ceda seu lugar no ônibus à vó com sua neta e não que você se sinta feliz ao poder ajudá-las.
Deve ser por isso que, hoje em dia, pouquíssimos relacionamentos duram, afinal conhecemos a aparência porém convivemos com a essência e, apartir do momento que não compreendemos a incoerência entre recheio e cobertura, jogamos o bolo fora.
Nos tornamos atores do teatro de nossa própria vida, agimos de acordo com o roteiro - padrões impostos pela sociedade - e poucos são os ajustes da direção, nossos sentimentos que nos diferenciam um do outro, de forma que há uma unificação do ser.
"...Let me apologize to begin with, let me apologize for what I'm about to say, but trying to be someone else was harder than it seemed and somehow I got caught up in between. Between my pride and my promise, between my lies and how the truth gets in the way. The things I want to say to you get lost before they come..." [In between, Linkin Park]
Nenhum comentário:
Postar um comentário