sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

...sentir ou ser humano?

 Extremamente superficiais é o que nos tornamos. Atos valem mais do que os sentimentos que os precedem, o que importa é agir da maneira que os outros esperam que ajamos. Dizer obrigado e por favor deixa de ser um sentimento e passa a ser obrigação. Não importam os sentimentos reais, faça o que de você é esperado.
 É por tal comportamento que perdemos a capacidade de diferenciar aparência de essência, o parecer e o ser foram misturados de forma que não se distingue mais o recheio da cobertura. Somos ensinados a sermos falsos ao mesmo tempo que nos dizem quão ruim é a falsidade - aprendemos que devemos agradecer por algum favor, porém não aprendemos a nos sentir gratos.
 Distorcemos conceitos para que se adaptem à nossa superficialidade. Ser honesto deixa de ser agir com honestidade, sinceridade, transparência e passa a ser não roubar. Ser fiel deixou de significar se sentir atraído por apenas uma pessoa e passou a ser dormir apenas com uma pessoa. O que importa é que você ceda seu lugar no ônibus à vó com sua neta e não que você se sinta feliz ao poder ajudá-las.
 Deve ser por isso que, hoje em dia, pouquíssimos relacionamentos duram, afinal conhecemos a aparência porém convivemos com a essência e, apartir do momento que não compreendemos a incoerência entre recheio e cobertura, jogamos o bolo fora.
 Nos tornamos atores do teatro de  nossa própria vida, agimos de acordo com o roteiro - padrões impostos pela sociedade - e poucos são os ajustes da direção, nossos sentimentos que nos diferenciam um do outro, de forma que há uma unificação do ser.
"...Let me apologize to begin with, let me apologize for what I'm about to say, but trying to be someone else was harder than it seemed and somehow I got caught up in between. Between my pride and my promise, between my lies and how the truth gets in the way. The things I want to say to you get lost before they come..." [In between, Linkin Park]

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Brasil: desordem e progresso

 O problema do Brasil não são os políticos como muitos de nós gostamos de afirmar, afinal isso transfere a culpa para outro o que torna a situação muito menos desconfortável. O problema somos nós, nossa cultura para ser mais específico. Vivemos num país onde não é errado ir contra a lei, errado é ser pego indo contra a lei... e por lei entenda-se toda forma de lei, desde a ética, a moral, até as leis do nosso código penal.
 Pensamos que o problema está nos políticos porque é o que acaba sendo mostrado na mídia, uma vez que eles estão na esfera dos que são pegos, mesmo que poucos sejam. Porém, no nosso dia-a-dia, muitas vezes agimos de forma a contrariar tais leis sem ao menos nos darmos conta.
 Saímos felizes ao receber mais troco do que deveríamos, ao invés de devolver o dinheiro. O simples fato de haver necessidade por um assento preferencial para idosos/obesos/gestantes no ônibus mostra quão antiéticos e egoístas podemos ser, pois se fossemos realmente educados não haveria necessidade para tal, seria natural ceder o lugar. Criticamos a desonestidade de nossos políticos sem ao menos percebermos que em seus lugares faríamos o mesmo. Uma cultura essencialmente hipócrita, "educada" a olhar para seu reflexo no espelho e perceber os erros dos outros.
 É inegável que nosso país cresce, porém cresce desordenadamente e, por desordenamente, não quero dizer que seja um crescimento muito veloz, e sim um crescimento desordenado no sentido literal da palavra. Crescemos para todos os lados sem ter para onde crescer. Como um balão, que mesmo estando cheio, se você assoprar mais ele expande... porém esse balão atinge um limite, estoura e então o caos é total.
 ["... we're the ones that wanna choose, always wanna play but you never wanna lose." Aerials, System of a Down]

terça-feira, 27 de setembro de 2011

...nata, creme de leite e goiabada!

 Nós crescemos ouvindo que com esforço podemos alcançar tudo e uma coisa eu posso afirmar: isso é mentira. Todos temos nossas limitações, nossos medos. O menino de 12 anos com problemas de excesso de peso e asma foi ensinado que com esforço ele pode ser o que quiser, até um jogador de futebol famoso. Sabe o que acontece quando ele descobre que aquilo era uma mentira? Nossas limitações não são algo ruim, aliás muitas vezes é das limitações que surgem nossos maiores talentos: um garoto pode ser tímido, tem dificuldade de se expressar com seus amigos na escola porém dessa dificuldade de se expressar por palavras, ele aprende a pintar e se expressar de uma maneira diferente, ele pode se tornar um excelente pintor; não devemos ter vergonha nem esconder nossas dificuldades, todos as tem e é por isso que vivemos em sociedade e dependemos tanto uns dos outros.
 Agora o garoto que escutou sua vida inteira que poderia ser o que quisesse apenas com esforço tem sonhos, muitos dos quais ele não vai conseguir alcançar. Não porque ele não se esforçou o suficiente e sim porque não conseguimos atingir todos nossos objetivos. O que acontece quando essa pessoa percebe que seus sonhos não passavam de sonhos e que, não importa quanto ela se esforce, ela não conseguirá atingir tudo que sonhava? Depressão... suicídio nos casos mais extremos.
 Basicamente nós criamos as circunstâncias para essa situações com as melhores intenções e as piores mentiras. A verdade pode doer mas é menos cruel que a mentira.
 Sonhos podem ser saudáveis, podem nos incentivar, nos dar esperanças... mas em alguns casos é necessário que saibamos que sonhos não passam de sonhos. Se dessa vez não deu certo, vá até a próxima padaria, quem sabe eles estão frescos.
 ["Her dreams are dreams, all this living's so much harder than it seems." Dreams be Dreams, Jack Johnson]

sexta-feira, 22 de julho de 2011

 O ensino no Brasil está realmente defasado, principalmente quando em relação a escolas públicas. Eu frequentei o Colégio Estadual do Paraná que é, supostamente, o melhor colégio público do estado do Paraná e, de fato, grande parte do que aprendi lá não foi dentro da sala de aula. Porém, esse texto não tem como objetivo criticar o ensino escolar brasileiro e sim o ensino da escola da vida.
 Nos falta mesmo é o ensino da vida, o ensino de como viver em sociedade. Nós brasileiros simplismente não sabemos a importância de protestos, greves, manifestos e outros, principalmente em Curitiba. O que realmente nos falta é aquela noção que deveria ser nos dada através não só da parte materna/paterna, como através da própria sociedade em si. Temos preguiça de protestar, preferimos pensar que aquilo simplismente não funcionará e que, portanto, é melhor ficar em casa e ver um filme.
 Nos falta ímpeto e vontade para mudar, as mudanças não começam com melhoras nas escolas e sim com melhoras na nossa participação e força política, porque apartir dai somos capazes de conseguir com que melhorem as outras coisas. A história prova que o povo tem um enorme poder, porém nos preferimos criticar  os políticos do sofá de casa.
 Não somos um povo unido da maneira que deveriamos e essa falta de união tira todo nosso poder, nos deixa sujeitos a palavra de um pequeno grupo que escolhe por todos sem se quer levar nossas vontades em consideração, pois sabem que nada será feito a respeito.
 Acredito que esse seja um dos principais motivos do atual estacionamento da nossa qualidade de vida. O Brasil está entre os países com maior custo de vida e isso não é necessariamente ruim, o que é ruim é que normalmente os países com maior custo de vida costumam ter maior renda per capita, o que não acontece no nosso caso.
 Ainda por cima reclamamos quando há greve, insultamos os que fazem greve quando de fato eles é que estão certos. Enquanto nós cruzamos os braços e aceitamos a injustiça eles tentam lutar por uma melhoria, por algo a mais.
 We sit by the window and watch the whole world change wishing we would too, yet we don't move.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

...parece ser, é? parece!

 To extremamente ancioso para minha viagem e não consigo dormir então me desculpem se não tiver bem escrito ou confuso.

 Recentemente conversei com meus amigos sobre o que cada um pensava/via no outro alguns anos atrás, quando nos conhecemos e estudávamos juntos. É engraçado saber o que as pessoas pensavam de você, porque com o tempo crescemos, mudamos e como estamos mais longe, podemos olhar para quem éramos e realmente saber quais eram nossos defeitos/virtudes e apartir disso fazer comparações. Será que o que pensavam de você é realmente o que você era? Será que os defeitos que os outros viam em você eram realmente os defeitos que você tinha?
 A minha experiência foi que, curiosamente, todos me viam da mesma maneira e eu, olhando para trás agora e vendo quem eu era, lembrando dos meus medos, vergonhas e sentimentos em geral, pude perceber que o que eu realmente era não estava nem próximo do que os outros pensavam de mim. É incrível como podemos, involuntariamente, passar impressões totalmente diferentes do que somos/sentimos. A verdade é que palavras são delicadas, uma frase pode significar mais que milhões... especialmente quando ela é ruim. Alguém pode dizer 1823098 vezes "te amo", mas basta um "te odeio" para que a pessoa não se lembre deles.
 Voltando a minha experiência o que aconteceu foi que me disseram que eu me "achava" (tentava me fazer parecer melhor) por saber inglês, o que de fato não é verdade, o fato é que eu tinha muita vergonha de se quer falar inglês ou mencionar o fato de que eu falava fluentemente. Por mais que alguns desses meus amigos leiam isso e pensem: "não ele realmente se achava", a verdade é que por mais que pudesse parecer assim, não era o que de fato acontecia, eu aliás vejo o meu eu daquela época com muito mais defeitos e esse não é um deles...
 As vezes analisamos os outros tomando mais em conta nós mesmos do que a própria pessoa a ser analisada. As impressões que temos apartir destas conclusões as vezes são fortemente marcadas, de forma que tomamos aquilo como realidade, mesmo que tenha sido fruto de uma análise não muito fiel. Por isso sempre tentei falar o mínimo possível dos outros, pois os mesmos defeitos que você vê neles, eles podem ver em você. Aparências são mesmo traiçoeiras, o melhor a se fazer é observar e tentar não parecer igual, mas a verdade é que sempre vão encontrar algum defeito, por mais que aquele não seja um defeito realmente seu. Ninguém é perfeito, ao menos não aos olhos de todos.
 O que pensamos dos outros e o que os outros pensam de nós é, de fato, um mistério. Por mais evidente que possa parecer, a verdade pode ser exatamente o oposto, isso é o que torna a psicologia tão intrigante...
 As pessoas que aparentam ser as mais fortes podem ser as mais fracas e vice-versa. Nem tudo é o que parece, nem tudo parece o que é...

sábado, 2 de julho de 2011

doorgas e felicidade!

 Basicamente, tudo o que o ser humano faz tem como base a busca pela felicidade/sobrevivência. Estamos numa rotina eterna em busca da felicidade e sequer sabemos o que ela é, o que ela significa e qual a consequência dessa busca.
 O felicidade é a droga mais potente. Você já percebeu que momentos de felicidade tendem a ser extremamente passageiros e que logo em seguida vem aquela vontade de mais uma dose? A tristeza em si nada mais é do que a resposta do nosso organismo quando está em falta dessa droga para que assim procuremos por mais e mais, entrando em um ciclo sem fim. Felicidade e alegria são opostos porém dependem um do outro. Somos feitos de contrastes, não existe o bonito sem o feio, o bom sem o ruim.
 Muitos não conseguem perceber esse contraste, fogem do que as deixa triste sendo que muitas vezes isso é o que mais as pode fazer feliz. Na verdade o segredo para todos os relacionamentos (de todos os tipos) reside na relação entre esse contraste.
 No final das contas, entender a felicidade é saber que, para que possa existir a saciedade, tem que existir a fome. A fome nada mais é do que um sentimento específico de tristeza e a saciedade um sentimento específico de alegria. Sabemos institivamente que, quando sentimos fome, temos que comer. Sabemos institivamente que, quando estamos triste, temos que buscar por algo que traga alegria.

Believing that the dots will connect down the road will give you the confidence to follow your heart even when it leads you off the well-worn path [Steve Jobs].

quinta-feira, 26 de maio de 2011

mudar, mutar - evoluir

 Eu acredito que a coisa mais interessante no ser humano seja a capacidade de mudar. Adaptar-se a inúmeras situações, aprender com os erros não apenas de forma física. Mesmo assim alguns ainda resistem às mudanças e preferem continuar com sua mediocridade.
 Mudar não é fácil, requer gastos de energia enormes, as vezes momentos péssimos são necessários para uma boa mudança. Porém, essas mudanças nos moldam dia após dia, de forma a tornar-nos quem nós sómos hoje e quem nós seremos amanhã - não deixando de ser o que fomos hoje, porém sendo algo a mais. Essas mudanças não são para melhor ou pior, são para tornar-nos mais resistentes, mais "fortes" perante a sociedade. Parar para pensar como eramos um ou dois anos atrás já nos faz perceber o quão relevantes são essas mudanças.
 Muitas destas mudanças são também imperceptíveis no momento da mudança, nós só as percebemos quando olhamos para trás com uma visão mais geral de como eramos. O grande motivo de muitas dessas mudanças não serem perceptíveis é que, mudamos todo dia, porém lentamente... esse processo é gradual, assim como o crescimento em altura, o que o torna mais sutil e o torna genial, pois muitas dessas mudanças ocorrem sem que nós possamos perceber, de forma que algumas mudanças são quase que involuntárias.
 You can not connect the dots looking forwards, you can only connect the dots looking backwards [Steve Jobs]

terça-feira, 3 de maio de 2011

maldita sociedade;

 O capitalismo no qual vivemos hoje em dia é tão justo! 5% tem tudo e 95% não tem nada; ainda temos a capacidade de dizer que os 95% que não tem nada tiveram chances e não as aproveitaram. Se assim fosse, caso os 95% tivessem aproveitado suas chances, isso significaria que todos teriam tudo! Não me parece viável numa sociedade onde os que fazem tarefas, como limpar o lixo dos outros, as fazem por não ter formação suficiente para outra tarefa "mais complexa". Quem foi que estabeleceu que merece mais quem ficou o dia todo dentro de sua piscina, enquanto seus funcionários trabalhavam para ganhar o suficiente para sobreviver? Funcionários esses explorados constantemente, mas não porque tiveram chances e não as aproveitaram e sim porque essa é a base do capitalismo, apenas alguns tem chance de pisar sobre os outros para chegar ao topo.
 Para que possamos ter uma vida financeira razoável, não basta apenas um diploma, é necessário um diploma na área "certa". Mal podemos escolher o que gostamos, temos que escolher o que mais nos interessa dentro de um leque de cursos que nos dê opções futuras de empregos decentes. A consequência disso é que temos inúmeros profissionais insatisfeitos, que fazem o que fazem apenas pelo dinheiro, fazendo com que esses não tenham interesse em melhorar - profissionais ruins -... comum não? Quantas vezes não nos deparamos com pessoas completamente insatisfeitas com o que fazem?
 Todos querem fazer algo que gostam, mas nem todos se arriscam nessa jornada; muitas vezes o dinheiro é mais confortante.
Ser ou viver, eis a questão.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

involutivos e autodestrutivos;

 Criticamos sem antes nos criticar, julgamos sem antes nos julgar, condenamos antes de nos condenar.
 Fofocar - a arte de falar mal daqueles que não estão presentes, sem antes pensar sobre essas críticas. Críticas construtivas? Não, são apenas comentários desnecessários sobre coisas fúteis para que possamos diminuir o outro e, dessa forma, nos sentir "maiores" e melhores diante de um grupo de amigos(as).
 Muitas vezes fofocamos com amigos(as) sobre como o outro se veste, como ele anda, como ele fala, como ele come. Mas o engraçado mesmo é que, muitas vezes, as pessoas que agem dessa forma, tem os mesmos defeitos os quais ele(a) critica no outro de forma indiscriminada... será que somos tão cegos, a ponto de não perceber quão estúpidos podemos ser? Cada um se veste como quer, anda como quer, fala como quer e come como quer; mas é difícil tentar ser mais construtivo e menos fútil, é difícil ver seus próprios defeitos e conversar sobre eles com os outros, de forma evolutiva, buscando melhoras. Preferimos "piorar o outro" do que melhorar.
 Mudando levemente de assunto, acho engraçado como, hoje em dia, "ficar" com alguém foi banalizado, tornou-se algo totalmente insignificante. As pessoas vão à festas com a intenção de ficar com o máximo possível de pessoas e acabam sem realmente ficar com ninguém (visto que passam o mínimo possível de tempo com cada pessoa para poder seguir para a próxima e, consequentemente, ter mais tempo para tal). Por mais temporário e passageiro que ficar possa ser, é para ser algo bom, divertido... é divertido beijar uma pessoa e sair em busca da "próxima vítima"? Ou isso apenas demonstra, novamente, a necessidade de provar-se melhor que outros? Porque o que os outros pensam sobre nós é mais importante do que o que pensamos de nós mesmos?
 Segundo o evolucionismo darwiniano, não existe involução, pois ela é biologicamente ilógica. Porém nós, seres humanos, tornamos a involução algo real... nos tornamos cada vez mais egoístas, porém dependentes da imagem que a sociedade tem de nós. Cada vez mais fúteis e inseguros. Essencialmente contraditórios.
You come from nothing, you're going back to nothing. You are already naked, why dont you party?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

http://www.youtube.com/watch?v=ilB61KP3_iw

 Hoje, no rio de janeiro, um jovem invadiu uma escola e matou 11 pessoas, deixou 13 feridas (uma veio a falecer depois) e se matou. Porém será que o culpado dessa atrocidade é realmente esse jovem perturbado? Será que nós e nossa sociedade, com essa cultura hipócrita e egoísta, não somos culpados também? Vivemos em um mundo no qual há muita violência indireta, principalmente com os que não se moldam aos padrões, o que muitas vezes causa problemas psicológicos graves em alguns, porém preferimos não ver por esse lado... é mais fácil culpá-lo e dizer: "que queime no inferno".
 O ser humano não é essencialmente mal e eu não acredito que alguém faça alguma coisa pensando em ser mal... as pessoas que cometem tais chacinas não estão sãs, não cometem tal ato por maldade e sim por algum trauma do passado. Se apenas fossemos ensinados a respeitar mais as diferenças e aprender com elas, talvez essas coisas não acontecessem...
 No final somos todos culpados, culpados por nossa hipocrisia, nosso egoísmo, nossos preconceitos, nossa ganância, nossa incapacidade de viver em sociedades mais igualitárias. Está na hora de entendermos que não somos iguais somente perante à lei (não que realmente sejamos iguais perante à lei, hoje em dia nem isso é válido).
 Vivemos numa sociedade escravocrata, somos escravos dos padrões impostos pela mídia; total e completamente alienados.

diploma ou aprendizagem?

 Quando no ensino médio, acabamos idealizando a faculdade, pensando como seria aprender apenas o que nos interessa, com professores realmente competentes e bem formados. Então, quando ingressamos na faculdade, já de cara nos deparamos com professores sem interesse algum, dando aulas sobre coisas que não estudam há alguns anos, alguns nem se quer gostam de lecionar e estão ali apenas para seguir com suas pesquisas...
 Mas hoje em dia, o importante para o país é formar o máximo possível de "profissionais" com ensino superior, não sendo importante a qualidade dessa formação. Em realidade o que realmente importa são os números, as estatísticas, para que se possa mostrar a outros países e até para nós mesmos como estamos "crescendo" aceleradamente... uma grande farsa, no final das contas.
 Mas de fato, nós gostamos de nos enganar, é melhor sentir-se bem mesmo não estando, do que sentir-se mal e ter de procurar por remédios. É incrível como o ser humano é capaz de enganar sua própria mente, mentir para si sabendo ser mentira e, ainda assim, acreditar cegamente. E ainda por cima dizemos que não gostamos de ser enganados...
Funny how fallin' feels like flyin' for a little while. [Colin Farrel]

sexta-feira, 1 de abril de 2011

molduras boas não salvam quadros ruins;

 Ao conversar com uma pessoa sobre viagens tive a infelicidade de ouvir "eu só quero ir para lugares famosos, ver se é mesmo como dizem ser", o que me levou a pensar um pouco sobre a sociedade atual, quão fútil e desprezível podemos ser as vezes... e sim, algumas vezes me pego no meio de tanta futilidade, é muito difícil afastar-se de tudo isso, mesmo tentando...
 Realmente a inteligência e o original hoje em dia não tem muito valor... futilidades são mais valorizadas e mais bem vistas do que as coisas que realmente deveriam importar;
 Acho que podemos culpar a vaidade, a necessidade de se impor perante um grupo... é triste não? Ter que provar ser alguém que você não é, apenas para ser aceito... e o pior, as pessoas que não fazem o mesmo são vistas como estranhas, "anormais" e por isso são "rejeitadas" do "grupo"... afinal, o que é normal? E porque temos que nos dividir em grupinhos mediocres? Um dia me disseram que normal é ser diferente, acho que isso já não é mais verdade... nossos grupinhos estabalecem padrões de futilidade e o normal passa a ser o que está dentro das "regras" impostas por cada grupo. De fato, é mais fácil moldar-se à essas regras do que ir contra elas e tentar ser você mesmo...
 Tudo bem, ter seu grupo de amigos e pessoas com as quais você prefere andar não é mal, o grande problema está nos critérios para estabelecer seu grupo. É realmente necessário envolver-se apenas com pessoas iguais à você? Desnecessário seria dizer que aprendemos com as diferenças muito mais do que com as semelhanças...
Stay hungry, stay foolish. [Steve Jobs]

quarta-feira, 30 de março de 2011

divindades e afins;

 O ser humano, nas mais variadas situações, geralmente perante medo, angústia ou desconhecimento, tende a criar idéias, coisas para se sentir seguro, algo para se amparar. É bom se sentir seguro; mas será que é seguro?
Antigamente, quando não haviam explicações para os terremotos, acreditava-se que aquilo poderia ser a fúria de um deus que não foi "obedecido" e ao invés de se prepararem para os próximos terremotos, rezavam, sacrificavam... não seria mais seguro desenvolver-se para que o próximo terremoto não causasse os mesmos danos? Mas o medo nos cega, o medo nos prende à ignorância.
 Hoje em dia, apesar de termos muitas respostas, provando errado o pensamento passado de deus, continuamos acreditando que há uma "entidade superior" que controla tudo, porém, qual será o medo que nos prende dessa vez? Será ele o medo da tão incompreensível morte...?
 A morte em si não é nem um pouco incompreensível, mesmo que seja um pouco assustadora. Aliás, a morte é bem simples; do mesmo jeito que nascemos, morremos; nascer é, na verdade, mais complexo do que a morte, afinal é sempre máis díficil construir do que desconstruir. O fato é que as pessoas tem medo de morrer, pois a morte representa "o fim", quando poderia ser vista como um novo começo.
 Toda a vida se baseia na recomposição da matéria, se não morrermos, outro ser não terá matéria suficiente para se compor e o ciclo acaba.
 Porque então tanto medo da morte? Porque temer o inevitável? Há necessidade da crença numa divindade para que se possa ter uma "vida após a morte"? A morte é o fim da vida e, portanto, "vida após a morte" é algo que simplismente não faz sentido; porque é que temos essa necessidade de nos apoiar em idéias, crenças, quando poderiamos resolver nossos próprios problemas ou desmistificar nossos próprios mistérios? Será que somos essencialmente covardes?
Até quando teremos medo de nossas próprias sombras?